CANNABIS PODE AGIR NA CURA DE VÁRIAS DOENÇAS
A cannabis (marijuana) tem sido usada para fins medicinais há milênios, disse ser notada pela primeira vez pelos chineses no ano de 2737 aC.
A cannabis medicinal chegou aos Estados Unidos muito mais tarde.
Apesar do uso vigoroso precoce, após o advento dos opióides e da aspirina, o uso medicinal de cannabis diminuiu.
A cannabis foi criminalizada nos Estados Unidos em 1937, contra o conselho da Associação Médica Americana submetido em registro ao Congresso.
As últimas décadas viram um interesse renovado na cannabis medicinal, com os Institutos Nacionais de Saúde.
O Instituto de Medicina e o Colégio Americano de Médicos, todos emitindo declarações de apoio para mais pesquisa e desenvolvimento.
A maconha medicinal já é uma realidade no Brasil:
Mais de 78 mil unidades de produtos à base da planta foram importados pelo país desde que a Anvisa autorizou o uso terapêutico de canabidiol em janeiro de 2015.
O canabidiól (CBD), um dos principais componentes da maconha, até então estava na lista de substâncias proibidas pela agência reguladora.
No entanto com o desenvolvimento de pesquisas sobre seu uso para tratamento dos sintomas de diversas doenças, a Anvisa reconheceu o potencial para tratamentos.
Mas colocou o composto na lista de substâncias controladas, abrindo caminho para importação e para que laboratórios aprofundassem os estudos.
O canabidiol é um composto químico encontrado na planta Cannabis sativa.
Ela é conhecida popularmente como maconha, que, de acordo com estudos científicos, pode ser utilizado no tratamento de doenças e sintomas.
Existem oito condições médicas para as quais os pacientes podem usar cannabis:
- Câncer
- Glaucoma
- HIV / AIDS
- Espasmos musculares
- Convulsões
- Dor forte
- Náusea grave
- Caquexia ou perda de peso dramática e atrofia muscular (síndrome de emaciação).
O canabidiol tem um amplo leque de ações, que provoca alguns efeitos benéficos, como:
- Causa um relaxamento muscular, contribuindo consequentemente para alívio da espasticidade;
- Possui efeitos ansiolíticos e euforizantes, o que ajuda em casos de ansiedade e depressão;
- Provoca analgesia, inclusive para dor neuropática e oncológica de difícil tratamento;
- Diminui a percepção da dor, levando, portanto,a um aumento da tolerância à dor;
- Possui ação anti convulsivante;
- Estimula o apetite;
- Diminui a pressão intraocular, o que pode ser útil em alguns casos de glaucoma;
- Tem ação antiemética, atuando contra náuseas e vômitos;
- Reduz a saliva em pacientes.
Uma pesquisa de 2017 mostrou a eficácia do uso do canabidiol no tratamento de crianças com epilepsia associada às Síndromes de Drevet e Lennox-Gastaut, com considerável redução das convulsões.
Não é uma surpresa que o CBD tenha tantos benefícios já que realmente existe um sistema endocanabinóide no corpo dos seres humanos e de outros mamíferos.
Ele é parte de nossa fisiologia. Receptores canabinóides, que reconhecem e interagem com o CBD, são encontrados, por exemplo no cérebro, pulmões, fígado, rins e sistema imunológico humanos.
Seu corpo também produz endocanabinóides naturais que estimulam seus receptores canabinóides e produzem uma variedade de processos fisiológicos importantes.
Em suma, o seu corpo é programado para responder aos canabinóides através deste sistema único de receptores canabinóides.
Efeitos colaterais de cannabis
Efeitos a longo prazo do uso pesado podem incluir:
1.Irritação para os pulmões, risco de desenvolvimento de bronquite crônica e aumento do risco de desenvolver cancro do trato respiratório (mais propensos a fumar).
2.Exacerbação de doenças cardiovasculares preexistentes, uma vez que o consumo de cannabis aumenta significativamente a frequência cardíaca.
3.Níveis de concentração diminuídos, memória de curto prazo reduzida e dificuldades com pensamento e aprendizagem (resolvido se o uso de cannabis parar).
4.Diminuição do desejo sexual em algumas pessoas. O uso crônico pode diminuir a contagem de espermatozóides em machos e levar a períodos irregulares em fêmeas (resolvido se o uso de cannabis parar).
5.Dependência de cannabis – necessidade compulsiva de usar a droga, juntamente com problemas associados ao uso crônico de drogas.
PORQUE HÁ RESISTÊNCIA AO CANNABIS?
O uso medicinal de óleos de CBD, especialmente como um tratamento para alívio de dores, representa uma ameaça significativa às vendas de opioides que tanto enriqueceram a Grande Indústria Farmacêutica na última década.
A planta da cannabis também apresenta ameaças econômicas às indústrias madeireira, de energia, alimentícia, e outros setores.
Os produtos obtidos a partir de suas fibras podem ser usadas para fabricar:
- Papel,
- Biocombustível,
- Materiais de construção,
- Produtos alimentícios
- Óleos,
- Roupas,
- Calçados
- E até joalheria, por exemplo.
Como aumentar seus níveis naturais de endocanabinóides.
Existem várias maneiras naturais pelas quais você pode ativar o sistema para melhorar sua saúde sem usar canabinóides externos:
1.Evite pesticidas e fitalatos -Portanto comece evitando produtos químicos bloqueando a receptividade do seu sistema endógeno reduzindo sua exposição a pesticidas e fitalatos neonicotinóides.
2.Otimize sua ingestão de ômega-3 – Há uma relação íntima entre seu ECS ( sistema endocanabióide ) e seu status de ômega-3.
As gorduras Omega-3 tornam seus receptores canabinóides mais ativos e são usados consequentemente como estruturas de base para produzir canabinóides em seu corpo.
3.Exponha-se a temperaturas frias. Um desses benefícios é a regulação do endocanabinóide no tecido adiposo branco e marrom.
4.Jejum – O jejum intermitente pode melhorar sua saúde usando ainda outro mecanismo em seu corpo – aumentando seus níveis de endocanabinóide e regulando seu ECS.
5.Cafeína – O consumo regular de cafeína regula e aumenta a ativação dos receptores canabinoides.
Lembre-se que a cafeína adicionada também pode perturbar o sono de qualidade, por isso é importante renunciar a todas as substâncias cafeinadas depois das 14h.
6.Reduzir o estresse – altos níveis de estresse emocional têm demonstrado diminuir os níveis de endocanabinóides em seu corpo.
Portanto, altos níveis de cortisol também reduzem a ligação aos seus receptores endocanabinóides.
7.Exercício – Embora o exercício seja um excelente redutor de estresse, pesquisas também descobrem que pode ter uma liberação de endocanabinóides em seu cérebro e não apenas de endorfinas.
COMO OBTER UMA RECEITA PARA O USO DA CANNABIS
Apesar de o CFM (Conselho Federal de Medicina) ter autorizado oficialmente a prescrição de derivados da maconha, ainda há uma certa resistência por parte dos médicos em prescrever a erva.
A Cultive (Associação de Cannabis e Saúde) disponibilizou uma lista de médicos que prescrevem cannabis, em diferentes estados brasileiros e em diversas áreas da medicina – de psiquiatras a oncologistas.
Se nenhum desses médicos for acessível, uma boa alternativa é tentar conversar com o seu médico sobre o seu interesse em usar a cannabis medicinal como forma de tratamento.
Mostre ao seu médico estudos indicando potencial terapêutico da cannabis no tratamento da sua doença;
Mostre resoluções da CFM e outros conselhos regionais, autorizando médicos a prescrever;
Mostre casos de pacientes que se trataram com cannabis;
Se você já experimentou esse tratamento e obteve uma melhora, procure registrar esses dados e passa-los ao seu médico.
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